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Fábulas de Esopo

Esopo

Esopo



Fabulista grego, nascido pelo ano de 620 a. C. Ignora-se o lugar de seu nascimento; alguns dizem ter sido Samos ou Sardes, enquanto Aristófanes o supôs filho de Atenas. Segundo o historiador Heródoto, Esopo teria nascido na Frígia e trabalhava como escravo numa casa. há ainda alguns detalhes atribuídos à biografia de Esopo, cuja veracidade não se pode comprovar: seria corcunda e gago, protegido do rei Creso.Esopo teria sido condenado à morte depois de uma falsa acusação de sacrilégio, ou talvez porque os habitantes de Delfos estivessem irritados com suas zombarias, ou ainda porque suspeitassem de que Esopo teria a intenção de ficar com o dinheiro que Creso lhes tinha destinado.

Esopo não deixou nada escrito: as fábulas que lhe são atribuídas pela tradição foram recolhidas pela primeira vez por Demétrio de Falera, por volta de 325 a.C.

Antes do advento da impressão, as fábulas de Esopo eram ilustradas em louça, em manuscritos e até em tecidos.
Discute-se a sua existência real, assim como acontece com Homero. Levanta-se a possibilidade de sua obra ser uma compilação de fábulas ditadas pela sabedoria popular da antiga Grécia. Seja lá como for, o realmente importante é a imortalidade da obra a ele atribuída.


Fonte: portal sao francisco/portal latim


O Camundongo da Cidade e o do Campo

"Um camundongo que morava na cidade foi, uma vez, visitar um primo que vivia no campo. Este era um pouco arrogante e espevitado, mas queria muito bem ao primo, de maneira que o recebeu com muita satisfação. Ofereceu-lhe o que tinha de melhor: feijão, toucinho, pão e queijo.O camundongo da cidade torceu o nariz e disse:- Não posso entender, primo, como você consegue viver com estes pobres alimentos. Naturalmente, aqui no campo, é difícil obter coisa melhor. Venha comigo e eu lhe mostrarei como se vive na cidade. Depois que passar lá uma semana, você ficará admirado de ter suportado a vida no campo.Os dois pusseram-se, então, a caminho. Tarde da noite, chegaram à casa do camundongo da cidade.- Certamente você gostará de tomar um refresco, após esta caminhada, disse ele polidamente ao primo.Conduziu-o à sala de jantar, onde encontraram os restos de uma grande festa. Puseram-se a comer geléias e bolos deliciosos. De repente, ouviram fosnados e latidos.- O que é isto? Perguntou, assustado, o camundongo do campo.- São, simplesmente, os cães da casa, respondeu o da cidade.- Simplesmente? Não gosto desta música, durante o meu jantar.Neste momento, a porta se abriu e apareceram dois enormes cães. Os camundongos tiveram que fugir a toda pressa.- Adeus, primo, disse o camundongo do campo. Vou voltar para minha casa no campo.- Já vai tão cedo? perguntou o da cidade.- Sim, já vou e não pretendo voltar, concluiu o primeiro.
Moral: Mais vale o pouco certo, que o muito duvidoso

A Raposa e a Cegonha

"A raposa e a cegonha mantinham boas relações e pareciam ser amigas sinceras. Certo dia, a raposa convidou a cegonha para jantar e, por brincadeira, botou na mesa apenas um prato raso contendo um pouco de sopa. Para ela, foi tudo muito fácil, mas a cegonha pode apenas molhar a ponta do bico e saiu dali com muita fome.- Sinto muito, disse a raposa, parece que você não gostou da sopa.- Não pense nisso, respondeu a cegonha. Espero que, em retribuição a esta visita, você venha em breve jantar comigo.No dia seguinte, a raposa foi pagar a visita. Quando sentaram à mesa, o que havia para o jantar estava contido num jarro alto, de pescoço comprido e boca estreita, no qual a raposa não podia introduzir o focinho. Tudo o que ela conseguiu foi lamber a parte externa do jarro.- Não pedirei desculpas pelo jantar, disse a cegonha, assim você sente no próprio estomago o que senti ontem.
Moral: Quem com ferro fere, com ferro será ferido

A Lebre e a Tartaruga

"A lebre estava se vangloriando de sua rapidez, perante os outros animais:- Nunca perco de ninguém. Desafio a todos aqui a tomarem parte numa corrida comigo.- Aceito o desafio! Disse a tartaruga calmamente.- Isto parece brincadeira. Poderi dançar à sua volta, por todo o caminho, respondeu a lebre.- Guarde sua presunção até ver quem ganha. recomendou a tartaruga.A um sinal dado pelos outros animais, as duas partiram. A lebre saiu a toda velocidade. Mais adiante, para demonstrar seu desprezo pela rival, deitou-se e tirou uma soneca.A tartaruga continuou avançando, com muita perseverança. Quando a lebre acordou, viu-a já pertinho do ponto final e não teve tempo de correr, para chegar primeiro.
Moral: Com perseverança, tudo se alcança


A Moça e a Vasilha de Leite

Uma moça ia ao mercado equilibrando, na cabeça, a vasilha do leite. No caminho, começou a calcular o lucro que teria com a venda dele.- Com este dinheiro, comprarei muito ovos. Naturalmente, nem todos estarão bons, mas, pelo menos, de três quartos deles sairão pintinhos. Levarei alguns para vender no mercado. Com o dinheiro que ganhar, aumentarei o estoque dos ovos. Tornarei a pô-los a chocar e, em breve, terei uma boa fazenda de criação. Ficando rica, os homens, pedir-me-ão em casamento. Escolherei, naturalmente, o mais forte, o mais rico e o mais bonito. Como me invejarão as amigas! Comprarei um lindo vestido de seda, para o casamento e, também, um bonito véu. Todos dirão que sou a noiva mais elegante da cidade. Assim pensando, sacudiu a cabeça, de contentamento. A vasilha do leite caiu ao chão, o leite esparramou-se pela estrada e nada sobrou para vender no mercado."
Moral: Não se deve contar com o ovo quando ele ainda está dentro da galinha

O Vento e o Sol

"O vento e o sol estavam disputando qual dos dois era o mais forte. De repente, viram um viajante que vinha caminhando.- Sei como decidir nosso caso. Aquele que coseguir fazer o viajante tirar o casaco, será o mais forte. Você começa, propôs o sol, retirando-se para trás de uma nuvem.O vento começou a soprar com toda a força. Quanto mais soprava, mais o homem ajustava o casaco ao corpo. Desesperado, então o vento retirou-se.O sol saiu de seu esconderijo e brilhou com todo o esplendor sobre o homem, que logo setiu calor e despiu o paletó."
Moral: O amor constroi, a violência arruína

A Gansa que Punha Ovos de Ouro

"Um homem possuía uma gansa que, toda manhã, punha um ovo de ouro. Vendendo estes ovos preciosos, ele estava acumulando uma grande fortuna. Quanto mais rico ficava, porém, mais avarento se tornava. Começou a achar que um ovo só, por dia, era pouco."Porque não põe dois ovos, quatro ou cinco?" pensava ele. "Provavelmente, se eu abrir a barriga desta ave, encontrarei uma centena de ovos e viverei como um nababo". Assim pensando, matou a gansa abriu-lhe a barriga e, naturalmente, nada encontrou."
Moral : Quem tudo quer, tudo perde

A Raposa e as Uvas

Uma Raposa que vinha á beira da estrada, encontrou uma parreira com uvas madurinhas. Passou horas pulando tentando pegá-las, mas sem sucesso algum... Saiu murmurando dizendo que não queria mesmo, porque estavam verdes. Quando ja estava indo, um pouco mais à frente, escutou um barulho como se alguma coisa tivesse caido no chão...voltou correndo pensando ser as uvas que tivessem caido, quando chegou lá, mas que decepção, era apenas uma folha que havia caido da parreira. A raposa decepcionada virou as costas e foi-se embora.
Moral - É fácil desprezar aquilo que não se pode alcançar.

A Formiga e a Pomba

Uma Formiga foi à margem do rio para beber água e, sendo arrastada pela forte correnteza, estava prestes a se afogar.
Uma Pomba que estava numa árvore sobre a água, arrancou uma folha e a deixou cair na correnteza perto dela. A Formiga subiu na folha e flutuou em segurança até a margem.
Pouco tempo depois, um caçador de pássaros veio por baixo da árvore e se preparava para colocar varas com visgo perto da Pomba que repousava nos galhos alheia ao perigo.
A Formiga, percebendo sua intenção, deu-lhe uma ferroada no pé. Ele repentinamente deixou cair sua armadilha e, isso deu chance para que a Pomba voasse para longe a salvo.
Moral : Quem é grato de coração sempre encontrará oportunidades para mostrar sua gratidão


O Leão e o Rato

Um Leão foi acordado por um Rato que passou correndo sobre seu rosto. Com um salto ágil ele o capturou e estava pronto para matá-lo, quando o Rato suplicou:
- Se o senhor poupasse minha vida, tenho certeza que poderia um dia retribuir sua bondade.
O Leão deu uma gargalhada de desprêzo e o soltou.
Aconteceu que pouco depois disso o Leão foi capturado por caçadores que o amarraram com fortes cordas no chão.
O Rato, reconhecendo seu rugido, se aproximou, roeu as cordas e libertou-o dizendo:
- O senhor achou ridículo a idéia de que eu jamais seria capaz de ajudá-lo. Nunca esperava receber de mim qualquer compensação pelo seu favor; Mas agora sabe que é possivel mesmo a um Rato conceber um favor a um poderoso Leão.
Moral : Os pequenos amigos podem se revelar grandes aliados.


MAIS........




A FORMIGA E O ESCARAVELHO

Era verão. Uma formiga percorria o campo fazendo sua provisão de trigo e cevada para o inverno. Um escaravelho admirou-se por vê-la tão agitada; enquanto ela estava assim atarefada, os outros animais se divertiam. A formiga não disse nada. Mais tarde, porém, quando veio o inverno e a chuva destruiu os estercos, o escaravelho foi até ela e pediu um pouco do que ela tinha guardado. A formiga respondeu-lhe:
- Amigo escaravelho, se tivesses trabalhado no tempo em que meus esforços não suscitavam senão teus sarcasmos, agora terias alimento.
 Moral: Quem foi irresponsável em tempo de abundância chorará em tempo de penúria.




A CIGARRA E A FORMIGA

Era inverno e as formigas botaram para secar os grãos que a chuva molhara. Uma cigarra faminta lhes pediu o que comer. Mas as formigas lhe disseram:
- Por que tu também não armazenaste tua provisão durante o verão?
- Não tive tempo – respondeu a cigarra –, no verão eu cantava.
As formigas completaram:
- Então agora dance.
E caíram na risada.


O CAVALO, O BOI, O CÃO E O HOMEM

Quando o homem saiu das mãos de Zeus, estava destinado a uma vida breve. Usando sua inteligência, quando veio o inverno, ele construiu uma casa e a habitou. Nesse ínterim, o frio foi tão intenso, e Zeus fez chover tão forte, que o cavalo, sem forças, foi procurar abrigo na casa do homem. Este disse que só o receberia se ele lhe desse uma parte dos anos que tinha para viver. O cavalo os cedeu com prazer. Pouco depois apareceu um boi, acossado também pelo mau tempo. O homem lhe disse a mesma coisa: só o receberia se em troca ele lhe cedesse alguns anos de sua vida. Concluído o negócio, o boi entrou. Finalmente chegou o cão, morrendo de frio. Teve de ceder ao homem alguns anos de sua vida. Por isso que os homens vivem puros e bons durante o tempo que Zeus lhes deu. Quando chegam aos anos cedidos pelo cavalo, eles fanfarronam, cheios de altivez; quando chegam os anos do boi, ficam autoritários. Enfim, quando terminam a vida com os anos do cão, rosnam raivosamente por um sim ou por um não.
Isto é para ti, velho rabugento.


O PASTOR BRINCALHÃO

Um pastor que levou suas ovelhas para pastar em uma aldeia distante gostava de fazer a seguinte brincadeira: gritava “os lobos estão atacando!” E clamava pelo socorro dos habitantes locais. Duas, três vezes, os moradores ficaram com medo e fugiram da cidade, para depois voltarem rindo. Mas os lobos terminaram atacando de verdade. Como estavam devorando os carneiros, o pastor gritou por socorro. Os moradores pensaram que fosse mais uma brincadeira e não lhe deram nenhuma atenção. Foi assim que o pastor perdeu seu rebanho.
Moral: Ninguém acredita no mentiroso mesmo quando diz a verdade.



AS ÁRVORES E A OLIVEIRA

Um dia, as árvores acharam-se no dever de escolher uma rainha e elegeram a oliveira:
- Sê nossa rainha.
Mas a oliveira respondeu:
- Vou ter de renunciar ao azeite que homens e deuses celebram em mim para ir chefiar as árvores?
As árvores foram então à figueira, mas esta respondeu:
- Vou ter que renunciar à minha doçura, ao meu fruto suculento, para ir chefiar as árvores?
As árvores foram então ao pé de carrapicho e ele respondeu:
- Se vocês me sagraram rei, ponham-se sob a minha tutela. Se não for assim, que de mim saia uma espécie de fogo capaz de devorar os cedros do Líbano.


O GAROTO LADRÃO E SUA MÃE



Um dia, na escola, um menino roubou a lousa de um colega e a levou para a mãe. Esta, em vez de ralhar com o filho, lhe deu os parabéns, de modo que da próxima vez ele trouxe uma peça de roupa; por esse novo roubo ele recebeu cumprimentos ainda maiores. Ao longo dos anos, já rapaz, passou a roubar mais e mais. Um dia, porém, foi pego em flagrante: amarraram-lhe as mãos e o conduziram ao carrasco. Ao ver que a mãe o acompanhava, ele disse que queria confiar-lhe um segredo. Quando ela se aproximou, ele agarrou-lhe a orelha e a rasgou com os dentes.
Ímpio – disse-lhe ela –, já não bastaram os malfeitos que cometeste e ainda ultrajas tua mãe!
O filho respondeu:
- Se a senhora tivesse me dado uma surra no dia em que lhe levei a lousa roubada, eu não teria chegado ao ponto a que cheguei: não estaria a caminho da morte.


O ASNO E A CARGA DE SAL



Um asno carregado de sal atravessava um rio. Um passo em falso e ei-lo dentro da água. O sal então derreteu e o asno se levantou mais leve. Ficou todo feliz. Um pouco depois, estando carregado de esponja às margens do mesmo rio, pensou que se caísse de novo ficaria mais leve e caiu de propósito nas águas. O que aconteceu? As esponjas ficaram encharcadas e, impossibilitado de se erguer, o asno morreu afogado.
 
Moral: Algumas pessoas são vítimas de suas próprias artimanhas.




O CAMPONÊS E OS FILHOS

Um camponês tinha chegado ao fim de sua vida. Como queria que os filhos soubessem o que era cuidar da terra, chamou-os e lhes disse:
- Meus filhos, chegou a minha hora. Quanto a vocês, nada lhes faltará se procurarem o que escondi nas minhas vinhas.
Os filhos pensaram que ele estivesse falando de algum tesouro. Uma vez o pai morto, eles cavaram todo terreno, mas em vão. Nada de tesouro, mas a vinha bem lavrada deu-lhes uva em abundância.
Moral:O tesouro é o trabalho.






O ratinho da cidade e o ratinho do campo









Certo dia um ratinho do campo convidou seu amigo que morava na cidade para ir visitá-lo em sua casa no meio da relva. O ratinho da cidade foi, mas ficou muito chateado quando viu o que havia para jantar: grãos de cevada e umas raízes com gosto de terra.
    – Coitado de você, meu amigo! – exclamou ele. – Leva uma vida de formiga! Venha morar comigo na cidade que nós dois juntos vamos acabar com todo o toucinho deste país!
E lá se foi o ratinho do campo para a cidade. O amigo mostrou para ele uma despensa com queijo, mel, cereais, figos e tâmaras. O ratinho do campo ficou de queixo caído. Resolveram começar o banquete na mesma hora. Mas mal deu para sentir o cheirinho: a porta da despensa se abriu e alguém entrou. Os dois ratos fugiram apavorados e se esconderam no primeiro buraco apertado que encontraram. Quando a situação se acalmou e os amigos iam saindo com todo o cuidado do esconderijo, outra pessoa entrou na despensa e foi preciso sumir de novo. A essas alturas o ratinho do campo já estava caindo pelas tabelas.
    – Até logo – disse ele. – Já vou indo. Estou vendo que sua vida é um luxo só, mas para mim não serve. É muito perigosa. Vou para minha casa, onde posso comer minha comidinha simples em paz.
Moral: Mais vale uma vida modesta com paz e sossego que todo o luxo do mundo com perigos e preocupações.


Fábulas - Esopo e a Lingua

A fábula é um gênero literário que veio do conto popular. São narrativas alegóricas em prosa ou em verso próximas do mito e da poesia. A principal diferença entre o conto e a fábula é que esta transmite uma lição de moral. A tradição esópica sempre deu ênfase à moralidade que é a verdadeira função da fábula.


ESOPO E A LÍNGUA

Esopo era um escravo de rara inteligência que servia à casa de um conhecido chefe militar da antiga Grécia. Certo dia, em que seu patrão conversava com outro companheiro sobre os males e as virtudes do mundo, Esopo foi chamado a dar sua opinião sobre o assunto, ao que respondeu seguramente:
- Tenho a mais absoluta certeza de que a maior virtude da Terra está à venda no mercado. - Como? Perguntou o amo surpreso. Tens certeza do que está falando? Como podes afirmar tal coisa?
- Não só afirmo, como, se meu amo permitir, irei até lá e trarei a maior virtude da Terra. Com a devida autorização do amo, saiu Esopo e, dali a alguns minutos voltou carregando um pequeno embrulho. Ao abrir o pacote, o velho chefe encontrou vários pedaços de língua, e, enfurecido, deu ao escravo uma chance para explicar-se.
- Meu amo, não vos enganei, retrucou Esopo.
- A língua é, realmente, a maior das virtudes. Com ela podemos consolar, ensinar, esclarecer, aliviar e conduzir.
- Pela língua os ensinos dos filósofos são divulgados, os conceitos religiosos são espalhados, as obras dos poetas se tornam conhecidas de todos.
- Acaso podeis negar essas verdades, meu amo?
- Boa, meu caro, retrucou o amigo do amo. Já que és desembaraçado, que tal trazer-me agora o pior vício do mundo.
- É perfeitamente possível, senhor, e com nova autorização de meu amo, irei novamente ao mercado e de lá trarei o pior vício de toda terra. Concedida a permissão, Esopo saiu novamente e dali a minutos voltava com outro pacote semelhante ao primeiro. Ao abri-lo, os amigos encontraram novamente pedaços de língua. Desapontados, interrogaram o escravo e obtiveram dele surpreendente resposta:
- Por que vos admirais de minha escolha?
- Do mesmo modo que a língua, bem utilizada, se converte numa sublime virtude, quando relegada a planos inferiores se transforma no pior dos vícios.
- Através dela tecem-se as intrigas e as violências verbais. Através dela, as verdades mais santas, por ela mesma ensinadas, podem ser corrompidas e apresentadas como anedotas vulgares e sem sentido. - Através da língua, estabelecem-se as discussões infrutíferas, os desentendimentos prolongados e as confusões populares que levam ao desequilíbrio social. - Acaso podeis refutar o que digo? Indagou Esopo.
Impressionados com a inteligência invulgar do serviçal, ambos os senhores calaram-se, comovidos, e o velho chefe, no mesmo instante, reconhecendo o disparate que era ter um homem tão sábio como escravo, deu-lhe a liberdade. Esopo aceitou a libertação e tornou-se, mais tarde, um contador de fábulas muito conhecido da antigüidade e cujas histórias até hoje se espalham por todo mundo.


O Pai das Fábulas



ESOPO O Pai das Fábulas viveu na Grécia, aproximadamente entre os anos 570 e 620 a.C., ou seja, por volta do século VI a.C. (antes de Cristo). Responsável pela transformação da fábula em gênero literário, Esopo é tido como o criador do menor texto em prosa do mundo. De origem Frígia, região da Ásia Menor na Antiguidade, foi aprisionado na guerra entre Frígios X Helenos, tornando-se escravo da nobreza grega. Deixou como legado 358 fábulas, a quem os estudiosos atribuem como de sua autoria. No mundo antigo, os povos viviam em guerras internas, e os que perdiam tornavam-se escravos. Muitos deles eram homens cultos, cientistas, letrados, que pertenciam à nobreza estrangeira e ao exército. Esopo foi um deles: culto, sábio e cientista. Era um educador e um dos primeiros pedagogos (em grego: o que leva a criança), que se tem notícia. Contava histórias em praça pública para o povo. Pequenas historietas recolhidas na Pérsia e na Frígia, sempre com um ensinamento ético e moral. Muito prestigiado pelos atenienses, foi um hóspede brilhante na cidade, o que lhe valeu uma estátua esculpida pelo célebre artista Lisipes. Era a estátua de um homem normal, contudo, há lendas que falam que o pai das fábulas era disforme, "... o mais feio de seus contemporâneos, cabeça em ponta, nariz esborrachado, pescoço muito curto, lábios salientes, tez escura, barrigudo, pernas tortas, encurvado...", Esopo foi assim apresentado pelo monge Planudes, em um texto do século XIV, em sua obra Vida de Esopo. Como quer que tenha sido a aparência de Esopo, o fato é que ele deixou 358 fábulas, uma obra monumental, moderna, que nos fornece uma visão critica extraordinária da natureza humana e lições de moral que hoje, decorridos 26 séculos, são no mínimo de rara beleza e impressionante atualidade. Há controvérsias sobre sua morte. Segundo o historiador grego da época Alexandrina, Heráclides do Ponto, e de seu contemporâneo, o escoliasta Aristófanes (século III a.C. ), Esopo havia roubado um objeto sagrado. Diz ele que "Esopo visitando Delfos, escarneceu de seus habitantes porque não trabalhavam: viviam das oferendas feitas ao deus Apolo. Irritados, colocaram uma taça sagrada entre os pertences de Esopo que, ao sair da cidade, foi apanhado e acusado de roubar um objeto sagrado. Como era costume no caso de sacrílegos, Esopo teria sido atirado do alto de um rochedo".
Fonte Usina de Letras
Heleida Nóbrega


Fonte: Circulantes na internet sem menção da fonte original

12 comentários :

  1. eu amei essa faulassssss"!

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  2. Joseania Leticia24/04/2011, 13:53

    amei as fábulas, principalmente as que eu não conhecia,como O CAMPONÊS E OS FILHOS...

    24 de abril de 2011

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  3. Adorei as fábulas. As fábulas vão me ajudar no meu trabalho

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  4. meu nome é Emanuelly e acabei de entrar nesse saite e queria dizer que as fábulas do Esopo são otimas.

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  5. adorei todas as suas fabulas............
    sempre irei ler todas elas...
    alem de bela nos ensina a viver bemcom o proximo e se mesmo......
    xau

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  6. Adorei o post! Genial, Parabéns!!!!!!

    ResponderExcluir
  7. adorei todas as suas fabulas............
    sempre irei ler todas elas...
    alem de bela nos ensina a viver bemcom o proximo e se mesmo......
    xau

    ResponderExcluir
  8. CARLOS VAZ GARCIA22/05/2011, 21:30

    ADOREI AS FABULAS ESCREVA MAIS FABULAS DIFERENTES.

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  9. vlw manoooo tirei 10 no trabalhooooo uhuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu

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  10. eu amei essas fábulas e principalmente a do campones e os filho ela é muito linda e serve de exmplo p/ algumas pessoas. continue fazendo este trabalho maravilhoso que é fazer blogs p/ crianças lerem.
    amei de coração

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  11. adorei vou passar a minha amiga ela é professora eu sou do 5 ano
    ele não querem nem pensar em hitorinhas mais a minha amiga é do 1 ano e elas adoram.
    Esopo pf escreva mais eu adoro suas historias.

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  12. Eu adorei suas fabulas sao muito legais superrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!!!!!!
    Um abraço.
    beijosssssssssssssss!!!!!

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