A lenda do Caipora
Para os sertanejos, a caipora é o espírito protetor dos animais da floresta. Seu poder não se estende aos animais de penas. Limita-se aos bichos de couro e chifres: porcos, veados, cutias, pacas, tatus, tamanduás... No Norte e no Nordeste o gênio é do sexo feminino e aparece sob a forma de uma índia pequena e forte, doida por fumo e aguardente. Em outras regiões do Brasil, é um caboclo baixo e reforçado, coberto de pêlos, que surge montado num pôrco-do-mato ou caititu. No sul, o caipora é um homem peludo e agigantado.
Sua missão é, porém sempre a mesma: proteger a caça da violência dos caçadores malvados. Quem mata animais com crueldade ou persegue fêmeas com filhotes é logo castigado pela caipora. Nas sextas-feiras, mesmo com luar, é proibida a caça. Nos dias santos e domingos não se pode também caçar.
Quando os homens desrespeitam as leis da caipora, ela espanta a caça, surra os cachorros, faz um barulho infernal e persegue, furiosamente, os caçadores, que largam as armas e fogem, espavoridos. Mas os que respeitam a caipora e levam-lhe fumo e aguardente, podem caçar a vontade. Não devem porém atirar em animal com filhote, nem em bicho isolado ou no ultimo do bando.
Os caçadores que não entram em combinação com a caipora nada conseguem. Perdem o seu tempo e o seu chumbo, pois os animais que caem varados pelas balas, mesmo os mortos, se levantam, ressuscitados, ao contato do focinho do porco, no qual se acha montada a caipora. Para alguns sertanejos, a caipora é alma de índio bravo que morreu pagão.
Portal: Grupo Caipora
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