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Mãe é quem mais incentiva a leitura, mostra pesquisa

Elza Fiúza/ABr

A mãe é a pessoa que mais influencia o gosto pela leitura. A constatação é da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada na última semana pelo Instituto Pró-Livro.Dos entrevistados que declararam gostar de ler, 49% disseram que o maior estímulo veio da mãe. Os professores vêm em segundo lugar, citados por 33%.A pedagoga e pesquisadora da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília, Norma Lúcia Queiroz, reafirma que a família é a responsável pela iniciação do leitor, já que a educação infantil no Brasil começa, na prática, a partir dos 4 anos.“A família tem uma influência importante. Mas depois que a escola inicia o trabalho, é importante que a família não deixe de estimular. Acho que cabe à escola instigar a família, há muitos projetos interessantes, como por exemplo dar um livro para o aluno levar para casa”, explica.O fato de a mãe ser vista como a maior influência é um reflexo cultural, acredita Norma. “É muito real que a mãe, com as crianças menores, assume muito esse papel. A mulher assume muito mais esse papel de cuidar. Mas a gente já tem pais que rompem um pouco com esse estigma”, avalia. Na pesquisa, o pai ou o homem da casa é citado como influência por 30% dos pesquisados.O estímulo a partir do exemplo também aparece na pesquisa. Entre os leitores, o percentual de entrevistados que declarou ver com freqüência alguém da família lendo em casa era o dobro do que entre o índice dos não-leitores.Jeferson Assunção, coordenador do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL) do Ministério da Cultura, diz que a responsabilidade pela formação de leitores é de toda a sociedade. “Leitura qualifica a relação do indivíduo com o meio ambiente, com a segurança, com a saúde, então é uma tarefa de todo mundo. O agente de leitura tem que ser o empresário, a escola, o trabalhador, a mãe”, afirma.Norma recomenda que o incentivo comece ainda no primeiro ano de vida. “Não tem nenhuma contra-indicação, o melhor é viciar a criança desde cedo. A criança escutar uma história é uma forma de ler, ela lê a partir do outro”, diz. A professora lembra que formar leitores na adolescência é bem mais difícil porque o jovem já está envolvido com outras atividades e interesses. A indicação dela é começar pela literatura infantil. “Botar a criança no colo, em um lugar aconchegante. Livros coloridos chamam a atenção e as ilustrações fazem parte da história”.Outra forma de estímulo é presentear a criança com livros. “Valoriza o instrumento, mostra que é prazeroso. A leitura e a brincadeira precisam estar muito juntas na infância”, diz Norma. A pesquisa do Instituto Pró-livro reforça a teoria. Entre o grupo dos leitores, 52% são geralmente presentados com livro, enquanto 85% dos não-leitores disseram nunca ter ganhado um livro de presente.

Um comentário :

  1. Olá, meu amigo!
    Também acho que a criança aprende com o exemplo. Minha filha foi a primeira sobrinha de meus quatro irmãos mais novos. Todos estudavam e viamos que ela foi se alfabetizando sozinha, juntando letras e imagens de livros. Sempre foi muito malandrinha para copiar mas, sempre leu muito e ainda lê. Com isso não precisou de cursinho para passar em concursos para CEFET e vestibular. Obrigada pela palavras deixadas lá no blog. Ando um pouco afastada das leituras mas, não posso deixar de vir ler o que os amigos escrevem
    Beijos!

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