Trabalhar com crianças pequenas, não é tarefa fácil, deve-se ter como princípio, conhecer seus interesses e necessidades. Saber um pouco da historia de cada uma, conhecer a família, as características de sua faixa etária e a fase de desenvolvimento em que se encontra, sabendo verdadeiramente quem são. Assim poderemos compreender quais são as reais possibilidades dessas crianças, lembrando que para elas a educação infantil é a porta inicial de entrada para uma vida social mais ampla, longe do ambiente familiar.
Antigamente, a escola de educação infantil tinha uma concepção assistencial, onde as crianças ali passavam o dia todo para que seus pais pudessem trabalhar. Nesse período os papeis eram bem claros: um cuidava e o outro educava. As monitoras passavam o dia olhando as crianças brincarem e era o professor quem cuidava da parte pedagógica ou seja com o desenvolvimento intelectual planejado. Tal visão deve ser superada porque revela preconceito e sem fundamentação diante da realidade em que se encontra, é preciso garantir espaço para que a criança possa ter seus direitos respeitados.
Cuidar e educar são propor uma ação pedagógica consciente, fixando uma visão integrada do desenvolvimento da criança com base em concepções que respeitem a diversidade, o momento e a realidade peculiares á infância.
Saber que a criança é um ser completo, tendo sua interação social e construção como ser humano permanente estabelecido em tempo integral. Cuidar e educar significa compreender que o espaço/tempo em que a criança vive exige seu esforço particular e a mediação dos adultos como forma que estimulem a curiosidade com consciência e responsabilidade. Cuidar e educar, de acordo com as novas diretrizes, deve caminhar junto.
Ação conjunta dos educadores e demais membros da instituição é essencial para garantir que o cuidar e o educar aconteçam de forma integrada.
Torna-se necessária um comprometimento de todos para o bem estar do educando.
As instituições de educação infantil nasceram na França, no século XVIII, em resposta à situação de pobreza, abandono e maus-tratos de crianças pequenas, cujos pais trabalhavam em fábricas, fundições e minas, criadas pela revolução industrial. Todavia, os objetivos e formas de tratar as crianças dos extratos sociais mais pobres da sociedade não eram consensuais.
As instituições infantis durante muito tempo, incluindo as brasileiras, organizavam seu espaço e sua rotina diária em função de idéia de assistência, de cuidados e higiene da criança. A década de 1980 passou por um momento de ampliação do debate a respeito dessas funções. A partir desse período, as instituições passaram a ser respeitadas e reivindicadas como lugar de educação e cuidados coletivos das crianças de 0 a 6 anos. Modificar essa concepção de educação assistencialista significa atentar para várias questões que vão além dos aspectos legais. Envolve principalmente, assumir as especificidades da educação infantil e rever concepções sobre a infância.
Para cuidar é preciso um comprometimento com o outro, com sua singularidade, ser solidário com suas necessidades, confiando em suas capacidades. Isso inclui o que a criança sente, pensa o que ela sabe sobre si e o mundo, visando a ampliação desse desenvolvimento e de suas habilidades, que, aos poucos, tornarão mais independentes e mais autônomas. Para educar, faz-se necessário que o educador crie situações significativas de aprendizagem, se quiser alcançar o desenvolvimento de habilidades cognitivas, psicomotoras e socioafetivas, e que fundamental que a formação da criança seja vista como um ato inacabado, sempre sujeito a novas inserções, e novos recuos, a novas tentativas.
Nesssa perspectiva, os debates estão indicando a necessidade de uma formação mais abrangente e unificadoras para educadores infantis e de uma reestruturação dos quadros de carreira que levem em consideração os conhecimentos já acumulados no exercício profissional bem, como possibilite a atuação profissional.
A formação de docentes para atuar na educação infantil básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidade e institutos superiores de educação admitida, como formação mínima para o magistério na educação infantil e nas quatros primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade normal.
LDB (Lei de Diretrizes e Bases), dispõe no título VI, art. 62;
A formação do educador deve estar baseada na concepção de educação infantil. Deve buscar a superação da dicotomia educação/assistência, levando em conta o duplo objetivo da educação infantil de cuidar e educar.
O agir pedagógico deve entender ás reais necessidades das crianças, deve ser criativo, flexível, atendendo à individualidade e ao coletivo.
A parceria com a família e os demais profissionais que se relacionam de forma direta e indireta com a criança é que vai ser diferencial na formação desse educando. A vida na instituição deve funcionar com base na tríade pais-educadores-criança.
Cleudy Natalina da Silva CamposProfessora formada em Pegagogia pela UNIVAG e pós-graduada pela Universidade Castelo Branco Polo V.Gde-MT, contratada pela rede municipal de ensino em Várzea Grande.
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